Se as empresas e corporações fossem bandas de rock, muitas estariam gravitando ao redor da “Fita K7”, ainda hoje.
Porque apesar de muito se falar nas novas tecnologias e nas novas ondas, desde o simples Marketing Digital até a Transformação Digital, passando por IoT, Inteligência Artificial, Data Driven, Marketing Preditivo, etc, etc, etc… na prática, grande parte das empresas opera da mesma forma que nos anos 80.
Exagero? Veja bem… usar email marketing em vez de impressos via correio não muda muita coisa, a não ser nas métricas e no custo; automatizar um processo manual, sem aprimorá-lo ou sem redesenhá-lo considerando as novas possibilidades, não passa da mera transformação de um processo antigo em um processo antigo mais rápido; fazer campanhas digitais massivas e rasas, sem considerar as capacidades de segmentação, personalização, e, ultimamente, de inteligência e variáveis de assertividade, é tão inovador quanto fazer as velhas e conhecidas campanhas de rádio, TV e jornal.
Em inglês temos inclusive a diferenciação entre os termos “Digitisation” e “Digitalisation”, onde o primeiro significa meramente a conversão de um formato físico para o formato digital, enquanto o segundo é justamente o processo de usar o digital para alavancar e otimizar processos de negócio.
Do ponto de vista evolutivo das empresas e organizações nesta área, que já foi descrito como “Darwinismo Digital”, nós vemos todos os estágios no mercado, ainda. Muitas das Fitas K7, claro já não existem mais. E a tendência é não restar nenhuma. Assim como muitas já viraram a chave do Digital e são streaming. Mas poucas, muito poucas, atingiram o Nirvana, conseguindo transcender sua própria estrutura e, às vezes, até seu propósito. Reinventaram-se, revolucionaram-se, via Digital.
A tão sonhada Transformação Digital, consiste nisso, no seu estágio mais avançado de aplicação. Muito menos importante no aspecto do Digital, em si — que é o meio — e muito mais significativa na TRANS — FOR — MA — ÇÃO.