Blog Divex - Tudo sobre o digital

Sobre Internet e Trajes de Pele de Tubarão

Escrito por Ricardo Formighieri de Bem | 10/09/24 02:26

Você achou o título inusitado? Bem, começarei pelos trajes, e você irá entender. Trajes de natação. Geraram polêmica, há cerca de 20 anos. Não os trajes comuns, claro, mas aqueles simulando pele de tubarão. Os engenhosos “Sharkskin”. Você sabia? Muita gente não lembra, ou nem acompanhou as olimpíadas de Sydney 2000, mas o sujeito que usou um traje desses (o Fast Skin) pela primeira vez nos jogos olímpicos foi Ian Thorpe, o “Thorpedo”. Um australiano de 17 anos que rasgava as piscinas de forma tão impressionante quanto foi o Rei das Águas, Michael Phelps.

Pois bem, essas roupas de pele de tubarão foram assim concebidas para potencializar a performance do nadador. E o tubarão, como sabemos, é veloz e deslizante como nenhum outro predador aquático. Então, com a modesta pele de humano, um nadador pode ser rápido. Mas com a pele de tubarão, ele é mais rápido. A singela lógica é essa. E funcionou tão bem, que o traje foi proibido.

Na Olimpíada de Sydney, 13 dos 5 recordes mundiais foram quebrados por nadadores que utilizavam o Fast Skin. E mais: 83% das medalhas foram conquistadas por quem usava a roupa especial.

A diferença de vantagem repetiu-se no Campeonato Mundial de Natação de 2001, no Japão, em Furuoka. Lá, 87% das medalhas foram conquistadas por nadadores que usaram o Fast Skin.

Claro que gerou polêmica, discussões, processos e, por fim, a proibição do uso.

Mas pensando nisso, de um homem normal nadar como um tubarão, lembrei da internet e do que ela é capaz de proporcionar. Sim, você já percebeu onde quero chegar. É exatamente isso: o Digital potencializa competências e capacidades; amplia e multiplica habilidades.

Mas alto lá. Não basta usar a Internet para ser Digital e para que tudo melhore. Assim como também é fato que de nada adiantaria um nadador amador, sem preparo e sem treino, vestir uma sharkskin. Ele seria apenas um nadador amador mais rápido, mas nunca um campeão.

Há que se ter preparo. É preciso conhecimento, orientação, abertura às mudanças e visão para que se consiga imprimir melhorias, otimizar performance e melhorar resultados. Dentro daquele primeiro e inovador traje estava o Ian Thorpe, um nadador com enorme potencial, mas com muito preparo fora das piscinas.

Portanto, nem a internet, nem trajes tecnológicos garantem êxito, nem sequer sustentação sólida e perene. O que lhes confere, sem demérito algum, a mera condição de ferramentas. São um meio, não um fim. A fórmula eficaz, passa pela conjugação da profusão de recursos da internet, com ideias criativas, planejamento, mudança de cultura e ações pertinentes.

Não faça da famigerada “presença online” o objetivo do uso da internet pela sua empresa ou organização, pois para estar presente, basta publicar um site e estar nas redes sociais. Não.

Faça a internet ser parte de um objetivo maior e global. Integre o Digital ao planejamento estratégico. Pense Digital. Faça ações casadas e sincronizadas com outras mídias. Ações consistentes. Verdadeiras. Frequentes e constantes. O resultado virá. Faça da internet seu traje de pele de tubarão. E deslize veloz pelo sucesso.